A importância do mês de março para o Compliance

O mês de março é muito simbólico em virtude das datas de combate à discriminação de todos os tipos. Começamos com o Dia Mundial da Zero Discriminação (01/03), em seguida o Dia Internacional da Mulher (08/03), que representa um dia político por luta de direitos e de inclusão, o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial e o Dia Internacional da Síndrome de Down, os últimos dias celebrados em 21/03. Essas datas não são apenas ilustrativas, servindo de incentivo ao debate e à reflexão sobre o que ocorre em nossa sociedade, em nós mesmos e em instituições.

Automaticamente, quando pensamos em Compliance, pensamos em ética, auditoria, liderança, políticas anticorrupção, entre outras práticas. Mas, também é importante debater a inclusão e a não-discriminação em um ambiente de trabalho, seja ele particular ou público, por gestores e colegas.

É necessário pensar em ações práticas e efetivas para serem implementadas em empresas como a inclusão e o combate à desigualdade. Para um profissional de Compliance, é necessário saber como tratar casos de discriminação e como implementar políticas de conscientização e educativas para que eles não venham ocorrer.

Um profissional dessa área deve saber que um ambiente onde tem discriminação é altamente perigoso e pode causar danos para a instituição e seus parceiros/colaboradores. Essa discriminação não é apenas vertical (hierárquica), mas também horizontal (entre colegas de trabalho).

Quantos casos assistimos na mídia em que funcionários praticam atos discriminatórios, ofensas e agressões, mesmo a empresa divulgando comunicados que não compactua com tais atos, é o nome dela que fica na linha de frente, devendo ser a principal a combater e a prevenir de forma rigorosa qualquer ato lesivo.

É necessário tornar a diversidade e a inclusão como partes da cultura de uma organização, pois não basta o profissional do Compliance implementar políticas de igualdade e respeito, mas saber que a empresa está em conformidade com essas políticas para que seja uma prática efetiva.

Além de inúmeros benefícios para a sociedade, a criação de políticas não discriminatórias e inclusivas reduzem a incidência de riscos e processos, e também melhora a visão do cliente/consumidor, harmoniza a relação com colaboradores/investidores, pois a diversidade promove diferentes perspectivas na tomada de decisões. A empresa não deve tolerar a discriminação para que possa criar um ambiente respeitoso, onde o Compliance não seja apenas ilustrativo ou constar em um manual de conduta e sim um setor atuante e efetivo

Que o mês em que se aborda muitas causas relacionadas à diversidade e não discriminação, seja para o profissional do Compliance e as organizações, uma reflexão de que são direitos básicos, éticos e que geram desenvolvimento, crescimento e harmonização no ambiente de trabalho, gerando resultados satisfatórios para todos e a transformação em favor de uma sociedade mais justa.

* Camila Diniz é aluna de graduação no curso de Gestão de Compliance e Políticas Corporativa da FADISMA.