Na contramão do progresso: preconceito contra lideranças femininas aumenta no mundo

“Você se sente confortável com uma liderança feminina?” Esse foi um dos questionamentos que a rede global Women Political Leaders fez para mais de 10 mil pessoas em 14 países. E os resultados, pela primeira vez desde 2018, não são muito animadores.

De acordo com a pesquisa global, o preconceito contra lideranças femininas vem aumentando nos últimos anos – especialmente entre as gerações mais novas. A pesquisa identificou que entre as sete maiores economias do mundo, o G7, menos da metade dos entrevistados sentem-se confortáveis em ter uma mulher à frente de uma grande empresa.

Nesses países, a confiança das mulheres na política também não encontra-se em patamar elevado. Apenas 47% dos homens e 57% das mulheres do G7 confiam o governo do Estado a uma mulher. Uma das explicações levantadas pelo estudo para o resultado inédito é a crise econômica que avançou no pós-pandemia. Soma-se ao fato as poucas décadas em que as mulheres conseguiram ocupar espaços públicos.

A pesquisa também investigou a confiança em mulheres líderes no Brasil. No país, a geração mais resistente às lideranças femininas é a mais jovem, que está na faixa etária de 18 a 34 anos. A menos resistente, de forma contraintuitiva, é a geração entre 55 e 65 anos. Isso aponta para uma tendência particular no mundo, em que as gerações mais jovens são menos progressistas que seus pais e avós.

Os resultados, embora negativos para uma sociedade que busca tornar-se mais igualitária, oferecem importantes indicadores para que as organizações pensem nas dificuldades e como superar a visão estereotipada sobre lideranças femininas. Um dos pontos destacados no estudo é que essa desconfiança com mulheres líderes afeta todas as decisões – seja na política ou nas organizações -, tornando as gestoras mais propensas a desigualdades salariais, de promoção e de micro agressões cotidianas.

A pesquisa completa pode ser acessada neste link.