Relatos sobre Faculdade e(m) cárcere

O professor Wagner A. H. Pompéo trouxe uma possibilidade interessante aos alunos. Com a proposta de aproximar os acadêmicos da realidade vivenciada em ambientes externos à academia, especialmente aqueles cujo acesso não é facilitado a toda e qualquer pessoa, o docente conduziu os alunos das turmas M8 e N8, no último dia 29, ao Presídio Regional de Santa Maria. A experiência e o aprendizado foram os pontos altos da atividade.Para os alunos, a possibilidade de debater, trocar experiências, conhecimento, informação, compreender além da sala de aula é uma oportunidade muito rica.Ingrid Fuchs falou um pouco sobre: “Como estudante de Direito, tudo me encanta, mas em principal o Direito Penal. Estou quase me formando, no 9º semestre, e ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer o Direito Penal do outro lado, do lado do desfavorecido pelo mesmo, o que está do lado marginalizado da sociedade, o detento”.A estudante colocou que entrar em um presídio os traz a uma realidade que não é deles, mas que deve ser atentada pelos mesmos. “Depois de ver como tudo funciona dentro de um regime prisional, podemos ter mais noção de como lidar com as pessoas que passam por isso. Os detentos devem ter seus direitos preservados, sua dignidade deve ser amparada, ninguém é menos ser humano por que cometeu um crime”, é a opinião da jovem que destaca, ainda, que “Santa Maria está evoluindo muito no seu sistema prisional e que a aula que teve, dentro do presídio, com certeza mudou o seu ver sobre os detentos e a polícia que ali trabalha”.Luzardo Goulart também deu o feedback ao professor que, por sua vez, compartilhou com a  Comunicação da Faculdade, na expectativa de repercutir o aprendizado: “como acadêmico de Direito, visitar o Presídio e poder concluir o curso tendo essa experiência de vida, é fantástico. Estar lá dentro nos conecta, mesmo que parcialmente e superficialmente, a um mundo totalmente diferente e que muitas vezes pensamos estar distantes ou imunes, mas que na verdade está muito perto”.Luzardo completa ressaltando que o Presídio Regional de Santa Maria o surpreendeu positivamente. “Vários foram os motivos, dentre eles a lotação adequada e as diversas possibilidades de inserção social e atividades para os detentos, como: Oficinas, Informática, Cozinha e, principalmente, as salas de aula (que estão sempre lotadas) e a Biblioteca, onde, segundo a bibliotecária, muitos detentos costumam ler diversos livros e, assim, ter sua devida remissão da pena”, ilustra.Daiane Vidarte também considerou positiva a visita e aula diferenciadas. “Acredito que como acadêmica de Direito é importante visitar o Presídio para conhecer de perto a realidade do sistema carcerário, que até então só era visível por meio da mídia”.Carla Cargnelutti Bronzatt também fez sua análise. Ela conta que é estudante do 5º semestre e que a experiência foi única, dada a possibilidade de conferir de perto o funcionamento do Presídio.“Muito se questiona acerca da reintegração, que nada mais é do que a ‘recuperação’ dos apenados para o convívio social. O questionamento se dá pelas condições de precariedade que os presídios brasileiros se encontram, mas hoje pude conferir com meus próprios sentidos as condições que são referidas quando se fala no assunto. Não posso negar que as condições não são lá as melhores, mas pelo pouco que pude ver há o mínimo necessário para a sobrevivência, mas obviamente poderia ser melhor. Os apenados são bem amparados com uma equipe de assistentes sociais, psicóloga, nutricionista e outros profissionais, além de haver uma cozinha equipada, um estoque de alimentos, uma biblioteca e ainda uma escola dentro do presídio”.A jovem reforça que há várias oportunidades para eles “melhorarem”. “Isso me deixou surpresa”, coloca compartilhando da mesma impressão que a dos colegas. “Pois temos uma visão distorcida do assunto, o fato deles terem acesso à cultura é brilhante, nosso país deixa muito a desejar neste quesito, e ter este tipo de incentivo ainda mais nos presídios é surpreendente, mas o que me deixa mais feliz é que ao conversar com os agentes eles nos contaram que a demanda é grande, até tivemos oportunidade de conhecer um preso que fora premiado por ser destaque em publicações literárias”, explica.Dayan Marques Vivian demonstra satisfação com a iniciativa. “Propiciou aos discentes da Fadisma uma aproximação da realidade, ou seja, uma aula no ambiente que muitas vezes estudamos e debatemos dentro das salas de aula através de códigos e doutrinas apenas”. Ela acredita que a experiência e o aprendizado da visita ao Presídio pode oportunizar ao estudante a realidade do ambiente real onde poderão, futuramente, exercer suas atividades como advogados.Rosimeri M. Terra acredita que “iniciativas como esta possibilitam que o saber ultrapasse a sala de aula e complemente a formação acadêmica”. Já Angelo Righi conta que quando tomou conhecimento da visita que o Prof. Wagner conduziria, de pronto se interessou. “É uma oportunidade única para realmente visualizarmos como é o funcionamento dessa instituição, bem como é a vida de um preso. Pelo fato de se voltar mais ao ramo do Direito Penal, inclusive processual, onde tenho maior afinidade, essa visita me proporcionou um aprendizado além daquele visto nas salas de aula, que nos remete ao Poder Judiciário ou às Delegacias de Polícia, me agregando conceitos e valores sobre a pessoa do preso e do sistema prisional, que serão, sem dúvida, de muita valia para um futuro operador do direito, o que pretendo me tornar”, relata.Andressa Stochero também comenta a experiência: “Sou estudante do 5º semestre e tive a oportunidade visitar, junto das turmas M8/N8, o presídio regional de Santa Maria. Experiência que julgo ser fundamental a todos àqueles que se interessam pela parte criminal do Direito, e àqueles que também não se interessam tanto, pois independentemente de estar ligado ao Direito, a privação da liberdade diz respeito a toda sociedade, todos estamos sujeitos. Conhecendo melhor este lugar, eu descobri que existem muitas pessoas dispostas a ajudar quem está lá dentro, que existem oportunidades, ainda que precárias, para que os apenados possam de alguma maneira evoluir e aprender. O que mais me chamou a atenção foi saber que lá dentro, além de oficinas de trabalho, eles têm uma escola, biblioteca e orientadoras educacionais para dar suporte e incentivo à educação dos apenados.  Percebi muito interesse e dedicação por parte de quem trabalha no funcionamento do presídio, também o apoio técnico de psicólogas, assistentes sociais, enfermeiros dentre outros, que são fundamentais para manter a dignidade das pessoas que estão presas lá dentro.O que falta, porém, é uma melhor estrutura para que todas essas atividades de crescimento dessas pessoas possam ser melhor executadas, pois mesmo que esteja dentro de condições adequadas, é visível que ainda existem melhorias a serem feitas”.Julio Rocha também opinou: “através da iniciativa do professor em levar os acadêmicos de Direito ao presídio, pude notar, como aluno – que passa maior parte do tempo em contato com livros e teorias – uma aproximação com a realidade do cotidiano e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de ligar o teórico com a prática, algo extremamente necessário e essencial para estudantes que ainda estão em fase de aprendizado, pois futuramente se tornarão operantes do Direito no mundo real e não apenas no fictício”. Ele comenta que a “experiência adquirida é de grande importância para que depois de formado o aluno não entre no mercado de trabalho sem nenhum caráter prático, sentindo um baque social, problema que atinge a maioria dos recém formados. Mais propostas como essa devem ser incentivadas e colocadas em prática, com o intuito de fazer o aluno, a cada dia, crescer mais”.Está aí. Ficam os olhares sobre. Fica a reflexão, o fomento ao debate e à reflexão. E também os c

Alunos que participaram da visita ao Presídio Regional de Santa Maria, atividade ligada à disciplina de Estágio Prático Supervisionado II (Direito Penal), na última segunda-feira, fazem seus comentários.

O professor Wagner A. H. Pompéo trouxe uma possibilidade interessante aos alunos. Com a proposta de aproximar os acadêmicos da realidade vivenciada em ambientes externos à academia, especialmente aqueles cujo acesso não é facilitado a toda e qualquer pessoa, o docente conduziu os alunos das turmas M8 e N8, no último dia 29, ao Presídio Regional de Santa Maria. A experiência e o aprendizado foram os pontos altos da atividade.Para os alunos, a possibilidade de debater, trocar experiências, conhecimento, informação, compreender além da sala de aula é uma oportunidade muito rica.Ingrid Fuchs falou um pouco sobre: “Como estudante de Direito, tudo me encanta, mas em principal o Direito Penal. Estou quase me formando, no 9º semestre, e ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer o Direito Penal do outro lado, do lado do desfavorecido pelo mesmo, o que está do lado marginalizado da sociedade, o detento”.A estudante colocou que entrar em um presídio os traz a uma realidade que não é deles, mas que deve ser atentada pelos mesmos. “Depois de ver como tudo funciona dentro de um regime prisional, podemos ter mais noção de como lidar com as pessoas que passam por isso. Os detentos devem ter seus direitos preservados, sua dignidade deve ser amparada, ninguém é menos ser humano por que cometeu um crime”, é a opinião da jovem que destaca, ainda, que “Santa Maria está evoluindo muito no seu sistema prisional e que a aula que teve, dentro do presídio, com certeza mudou o seu ver sobre os detentos e a polícia que ali trabalha”.Luzardo Goulart também deu o feedback ao professor que, por sua vez, compartilhou com a  Comunicação da Faculdade, na expectativa de repercutir o aprendizado: “como acadêmico de Direito, visitar o Presídio e poder concluir o curso tendo essa experiência de vida, é fantástico. Estar lá dentro nos conecta, mesmo que parcialmente e superficialmente, a um mundo totalmente diferente e que muitas vezes pensamos estar distantes ou imunes, mas que na verdade está muito perto”.Luzardo completa ressaltando que o Presídio Regional de Santa Maria o surpreendeu positivamente. “Vários foram os motivos, dentre eles a lotação adequada e as diversas possibilidades de inserção social e atividades para os detentos, como: Oficinas, Informática, Cozinha e, principalmente, as salas de aula (que estão sempre lotadas) e a Biblioteca, onde, segundo a bibliotecária, muitos detentos costumam ler diversos livros e, assim, ter sua devida remissão da pena”, ilustra.Daiane Vidarte também considerou positiva a visita e aula diferenciadas. “Acredito que como acadêmica de Direito é importante visitar o Presídio para conhecer de perto a realidade do sistema carcerário, que até então só era visível por meio da mídia”.Carla Cargnelutti Bronzatt também fez sua análise. Ela conta que é estudante do 5º semestre e que a experiência foi única, dada a possibilidade de conferir de perto o funcionamento do Presídio.“Muito se questiona acerca da reintegração, que nada mais é do que a ‘recuperação’ dos apenados para o convívio social. O questionamento se dá pelas condições de precariedade que os presídios brasileiros se encontram, mas hoje pude conferir com meus próprios sentidos as condições que são referidas quando se fala no assunto. Não posso negar que as condições não são lá as melhores, mas pelo pouco que pude ver há o mínimo necessário para a sobrevivência, mas obviamente poderia ser melhor. Os apenados são bem amparados com uma equipe de assistentes sociais, psicóloga, nutricionista e outros profissionais, além de haver uma cozinha equipada, um estoque de alimentos, uma biblioteca e ainda uma escola dentro do presídio”.A jovem reforça que há várias oportunidades para eles “melhorarem”. “Isso me deixou surpresa”, coloca compartilhando da mesma impressão que a dos colegas. “Pois temos uma visão distorcida do assunto, o fato deles terem acesso à cultura é brilhante, nosso país deixa muito a desejar neste quesito, e ter este tipo de incentivo ainda mais nos presídios é surpreendente, mas o que me deixa mais feliz é que ao conversar com os agentes eles nos contaram que a demanda é grande, até tivemos oportunidade de conhecer um preso que fora premiado por ser destaque em publicações literárias”, explica.Dayan Marques Vivian demonstra satisfação com a iniciativa. “Propiciou aos discentes da Fadisma uma aproximação da realidade, ou seja, uma aula no ambiente que muitas vezes estudamos e debatemos dentro das salas de aula através de códigos e doutrinas apenas”. Ela acredita que a experiência e o aprendizado da visita ao Presídio pode oportunizar ao estudante a realidade do ambiente real onde poderão, futuramente, exercer suas atividades como advogados.Rosimeri M. Terra acredita que “iniciativas como esta possibilitam que o saber ultrapasse a sala de aula e complemente a formação acadêmica”. Já Angelo Righi conta que quando tomou conhecimento da visita que o Prof. Wagner conduziria, de pronto se interessou. “É uma oportunidade única para realmente visualizarmos como é o funcionamento dessa instituição, bem como é a vida de um preso. Pelo fato de se voltar mais ao ramo do Direito Penal, inclusive processual, onde tenho maior afinidade, essa visita me proporcionou um aprendizado além daquele visto nas salas de aula, que nos remete ao Poder Judiciário ou às Delegacias de Polícia, me agregando conceitos e valores sobre a pessoa do preso e do sistema prisional, que serão, sem dúvida, de muita valia para um futuro operador do direito, o que pretendo me tornar”, relata.Andressa Stochero também comenta a experiência: “Sou estudante do 5º semestre e tive a oportunidade visitar, junto das turmas M8/N8, o presídio regional de Santa Maria. Experiência que julgo ser fundamental a todos àqueles que se interessam pela parte criminal do Direito, e àqueles que também não se interessam tanto, pois independentemente de estar ligado ao Direito, a privação da liberdade diz respeito a toda sociedade, todos estamos sujeitos. Conhecendo melhor este lugar, eu descobri que existem muitas pessoas dispostas a ajudar quem está lá dentro, que existem oportunidades, ainda que precárias, para que os apenados possam de alguma maneira evoluir e aprender. O que mais me chamou a atenção foi saber que lá dentro, além de oficinas de trabalho, eles têm uma escola, biblioteca e orientadoras educacionais para dar suporte e incentivo à educação dos apenados.  Percebi muito interesse e dedicação por parte de quem trabalha no funcionamento do presídio, também o apoio técnico de psicólogas, assistentes sociais, enfermeiros dentre outros, que são fundamentais para manter a dignidade das pessoas que estão presas lá dentro.O que falta, porém, é uma melhor estrutura para que todas essas atividades de crescimento dessas pessoas possam ser melhor executadas, pois mesmo que esteja dentro de condições adequadas, é visível que ainda existem melhorias a serem feitas”.Julio Rocha também opinou: “através da iniciativa do professor em levar os acadêmicos de Direito ao presídio, pude notar, como aluno – que passa maior parte do tempo em contato com livros e teorias – uma aproximação com a realidade do cotidiano e, ao mesmo tempo, uma possibilidade de ligar o teórico com a prática, algo extremamente necessário e essencial para estudantes que ainda estão em fase de aprendizado, pois futuramente se tornarão operantes do Direito no mundo real e não apenas no fictício”. Ele comenta que a “experiência adquirida é de grande importância para que depois de formado o aluno não entre no mercado de trabalho sem nenhum caráter prático, sentindo um baque social, problema que atinge a maioria dos recém formados. Mais propostas como essa devem ser incentivadas e colocadas em prática, com o intuito de fazer o aluno, a cada dia, crescer mais”.Está aí. Ficam os olhares sobre. Fica a reflexão, o fomento ao debate e à reflexão. E também os c

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