O papel do híbrido na ascensão de lideranças femininas

O mercado de trabalho feminino vem passando por um momento um pouco paradoxal. Após apresentar um elevado índice de desemprego no auge da pandemia, dados coletados nos Estados Unidos e no Reino Unido apontam para a ascensão de novos postos de trabalho para mulheres. Em contrapartida ao crescimento, o número de líderes femininas que estão deixando seus postos está em um dos patamares mais altos já registrados.

Analisar esse cenário é fundamental para compreender as dificuldades e as possibilidades na construção da equidade no mercado de trabalho. De acordo com a Diretora Comercial do IWG Global, Fatima Koning, para cada 100 homens promovidos, apenas 87 mulheres também recebem promoções. No mesmo sentido, para cada mulher promovida, duas preferem deixar suas empresas.

Repensar os fatores que possibilitam a ascensão feminina ou sua estagnação no dia a dia profissional é importante não apenas por ser a coisa correta a se fazer, mas também para garantir o sucesso e a produtividade empresarial. Como já discutimos em outro texto aqui no blog da FADISMA, equipes mais diversas tendem a apresentar melhores resultados em seus negócios.

Um dos fatores apontados pelos especialistas como fundamental para o avanço da carreira das mulheres é o trabalho híbrido. Além de ser importante para evitar a evasão de funcionários, com uma queda de até 35% da taxa de desistência, o hibridismo é importante para mulheres que ainda precisam conciliar mais responsabilidades domésticas com trabalhos externos do que homens.

Ao adotar modalidades híbridas de trabalho, as organizações contribuem para aumentar o tempo livre dos funcionários – que são gastos em deslocamentos, por exemplo – e diminuem as taxas de exaustão e de esgotamento, normalmente com índices mais elevados entre as mulheres. Essa medida é particularmente importante para que as lideranças femininas possam alcançar e manter suas posições em níveis mais ou menos igualitários com líderes masculinos.

Embora o trabalho híbrido seja um avanço considerável para consolidar a ascensão feminina no mercado, ele precisa ser acompanhado por outras medidas. As organizações necessitam criar políticas híbridas consistentes para que os trabalhos sejam efetivos, garantindo treinamento adequado e estratégias de monitoramento para o modelo. 

Essas iniciativas podem tornar o ambiente empresarial mais nivelado, garantindo que colaboradores de diferentes gêneros disponham de incentivos e de ofertas de crescimento igualitárias. A desigualdade de oportunidades impacta todo o ecossistema empresarial, além de sufocar possibilidades de inovação.