A potência de Startups femininas e os desafios a serem superados

As startups vêm se consolidando como negócios fundamentais e estratégicos para a inovação e o crescimento econômico. Além de soluções para o público e alternativas para questões cotidianas, as startups são capazes de desafiar modelos existentes de negócios e apresentar novas tecnologias, produtos e serviços para a população.

Mesmo fazendo parte de um cenário inovador e com perspectivas positivas, algumas dificuldades ainda são herdadas de modelos tradicionais. Dentre elas, a participação de mulheres na condução e na criação de novas startups.

Dados da Associação Brasileira de Startups, divulgados em 2021, apontam que apenas 16,9% das pessoas fundadoras de Startups eram mulheres. A Associação destaca ainda que apenas 20,8% desses negócios têm a presença feminina de forma expressiva, revelando a necessidade de incentivo para melhorar a igualdade de gênero no segmento.

Apesar de ainda tímida, a presença feminina em startups apresenta ótimos resultados. Novas empresas fundadas por mulheres geram, aproximadamente, 2,5 vezes mais receita por dólar do que aquelas fundadas por homens. As startups femininas também registram desempenho 63% melhor que as criadas por equipes masculinas, de acordo com o First Round Capital.

Os dados positivos são resultados da força feminina na superação de dificuldades no momento da criação e do gerenciamento de uma startup. De acordo com a Kauffman Foundation, metade das mulheres empreendedoras têm dificuldade para encontrar mentores, impactando negativamente no desenvolvimento de técnicas úteis para os negócios. 

Os investimentos em startups femininas também são poucos, de acordo com a Fortune – apenas 2,7% do total investido em 2019. Uma pesquisa publicada pela Harvard Business Review mostrou que as mulheres recebem, em média, apenas 25% dos valores solicitados, enquanto os homens recebem 52%.

Os dados apontam para a necessidade de superação dos desafios que tornam o processo empreendedor feminino dificultado e, às vezes, impossível. Dentre as iniciativas possíveis para isso estão apoiar aceleradores que desenvolvem o empreendedorismo feminino nos estágios iniciais; educar investidores para reduzir os estereótipos no momento da escolha dos investimentos; investir em fundos com recortes de gênero; e convidar mais mulheres para debater a temática.