A professora Cristiane Pauli de Menezes adiantou uma notícia muito interessante. Ela compartilhou o folder que é possível acessar abaixo, ainda sem data e local, porque, justamente, a ideia é aguardar porque sim, a FADISMA vai receber o Pixo Ação!
Cristiane revela a motivação: “o documentário é interessantíssimo, de um tema mais do que discutido atualmente em Santa Maria, e que carece de debate acadêmico, pois trata-se de uma problemática interdisciplinar, que envolve a Criminologia Cultural, a Sociologia, Direito à Cidade, entre outras áreas”.
A docente que, além de tudo, se dedica ao tema em função da sua dissertação de Mestrado, na UFSM, ao lado do Professor Bruno Menezes, vai trazer documentário e debate num evento bem bacana que deverá ser inserido ainda no primeiro semestre letivo de 2016 na disciplina de Criminologia.
Vale destacar que o documentário “Pixo Ação”, elaborado por Bruno de Jesus Rodrigues, pretende ser o retrato sem maquiagens do cotidiano de muitos pixadores, seja registrando todas as etapas de sua ação, seja nas suas relações de conflito ou de consonância com outros elementos sociais.
Vai valer a pena aguardar, não vai?
Ainda mais depois de conferir, parte de um apurado que a professora enviou para a Comunicação que, de tão interessante, não valia edição e/ou exclusão de qualquer trecho.
Bora aproveitar o restinho das férias pra ler e refletir?
“No cenário contemporâneo, vislumbra-se uma virada no que diz respeito a estética das cidades, isto porque, de forma cada vez mais acentuada, os grafismos urbanos – notadamente do Pixo e do Graffiti – inserem-se neste contexto, modificando de forma significativa o espaço urbano. Diante disso, torna-se emerge a discussão acadêmica, voltada a desvelar em que medida tais práticas devem ser consideradas manifestações culturais ou ainda, em que medida devem ser criminalizadas em razão da dilapidação do patrimônio público e privado.
De um lado tem-se a postura ideológica da sociedade, ancorada na Lei 9.605/98, alterada pela Lei 12.408/11, que em seu artigo 65 tipifica como crime ambiental a prática do picho e do grafite, considerados crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural.
Cumpre ressaltar de imediato que o tratamento dado à prática do graffiti é diferenciado, posto que sua descriminalização é condicionada ao intuito de valorização do patrimônio público ou privado, desde que consentida pelo proprietário, o que na prática urbana acontece de forma isolada.
E de outro lado, há a postura ideológica do pixador e do grafiteiro, que configura uma postura anárquica, que clama pelo direito à cidade, pelo direito a voz, e que, ao revirar e remexer no que é aceito esteticamente no âmbito urbano traz revolta e ódio. A cultura e as manifestações culturais são protegidas constitucionalmente, notadamente no artigo 215 caput e §1.
Assim, evidenciado o flagrante conflito entre a referida Legislação Federal com a Constituição Federal, torna-se emergente discutir a problemática ora proposta de forma dialética.
O documentário “Pixo”, assim como o documentário “ Pixo Ação “ – que será debatido no evento – , descortina diversos aspectos dos grafismos urbanos, notadamente com foco na Pixação, dando ênfase ao impacto da pichação como fenômeno cultural na cidade de São Paulo e sua influência internacional como uma das principais correntes da Street Art. O filme participou da exposição “Né dans la Rue”, da Fondation Cartier pour l’Art Contemporain, em Paris. O referido documentário mostra a realidade dos pichadores, acompanha algumas ações, os conflitos com a polícia e mostra um outro olhar sobre algumas intervenções já muito exploradas pela mídia”.
Coordenação de Comunicação
